Como a inovação aberta tem impactado as empresas?

Como se manter relevante no futuro? Como gerar negócios em um mercado no qual os consumidores mudam de hábitos em uma velocidade estonteante? Como acompanhar as milhares de tecnologias e saber exatamente quais podem beneficiar a organização? Não existem respostas prontas para esses dilemas organizacionais, mas trazer profissionais e empresas externas, como defende a metodologia da inovação aberta, pode ajudar a reduzir os percalços.

A inovação aberta, derivada do termo “open innovation”, defende uma ruptura cultural corporativa. Nela, entende-se que nem sempre uma companhia terá os melhores profissionais, o que torna bem-vinda a participação de agentes externos para criar produtos e soluções diferenciados e, principalmente, com maior velocidade e diferenciação.

Segundo o criador do conceito, Henry W. Chesbrough, em seu artigo para o MIT de 2013, a inovação aberta é um conceito que combina “ideias internas e externas, bem como caminhos internos e externos para o mercado para avançar no desenvolvimento de novas tecnologias”.

De acordo com o coordenador de inovação da HOTMILK Academy PUCPR, Marcelo Finger, o conceito surgiu como uma resposta à forma como a inovação era feita até os anos 2000, ou seja, em segredo. “Isso trazia um grande desafio para as empresas, porque elas precisavam ter os melhores profissionais, estar criando o novo sempre, chegar primeiro e guardar muito bem toda a sua inovação”, explica.

O modelo, diz Finger, foi quebrado a partir do crescimento do capital de risco, do surgimento das startups e do avanço das pesquisas nas universidades. “As organizações viram que as startups estavam crescendo fortemente, trazendo inovações disruptivas e mudando o mercado. E também que as universidades eram grandes fontes de desenvolvimento de pesquisas inovadoras. Então, elas se abriram para poder cocriar produtos e serviços ou trazer inovações de fora para dentro da organização”, conta.

Inovação aberta na prática: casos de sucesso

Além de permitir que a empresa acesse os melhores profissionais e pesquisadores que estão fora dela, a inovação aberta permite que ela alie sua robustez à agilidade das startups, que cocrie a inovação ou traga ela de fora para dentro da empresa.

“De que forma? Trazendo ideias externas, adquirindo propriedade intelectual de outras empresas e universidades, licenciando a propriedade intelectual dela para fora – e transformando isso numa fonte de recursos. A empresa também pode cocriar com startups e contratar as soluções ou lançar produtos em conjunto para o mercado, e ainda começar uma startup chamada de spin off”, enumera Finger.

Agora que você já conhece melhor a metodologia, nada melhor do que entender, na prática, como ela tem ajudado as empresas no dia a dia. A seguir, confira casos de sucesso sobre open innovation.

GE – inovação aberta no desenvolvimento de projetos

A GE é referência em inovação aberta. Um dos melhores casos de sucesso é a mini-fábrica FirstBuild. Trata-se de uma instalação em Louisville, Kentucky (EUA), para promover a colaboração e integração entre designers, engenheiros, cientistas e estudantes – que trabalham lado a lado com os profissionais contratados pela FirstBuild para projetar e vender eletrodomésticos inovadores. Aqui, a pequena empresa atua como uma startup empreendedora, separada da marca GE, e o objetivo não é unicamente o lucro, mas, sim, desenvolver tecnologias prontas para o futuro.

Ativa Soluções – parcerias com gigantes da telefonia

A ATIVA Soluções recebeu aporte da Wayra, um hub de inovação aberta localizado em São Paulo, para desenvolver novos produtos focados na Internet das Coisas (IoT). Ao invés de produzir soluções de forma isolada, optou por consolidar parcerias com empresas de telefonia, por exemplo, com a Telefônica. A união das duas empresas possibilitou o lançamento do Vivo Clima Inteligente para ajudar o agricultor a tomar decisões sobre o melhor momento para fazer o manejo, plantio e colheita de suas plantações.

Mondelēz Brasil – agilidade no programa de afiliados

Os programas de afiliados têm se tornado excelentes ferramentas comerciais para atrair representantes comprometidos e diminuir o custo por aquisição (CAC). De olho nessa tendência, a Mondelēz Brasil lançou o Programa de Afiliados Lacta, em abril de 2020, com apoio de Distrito, Rappi e Social Bank. Mesmo em meio à pandemia, a iniciativa foi implementada em poucas semanas e tornou-se o mais novo e atrativo canal de vendas da companhia alimentícia.

Cocari & Bart Digital – parceria para digitalizar o campo

A partir do programa de aceleração BRDE Labs, do BRDE em parceria com a HOTMILK Academy PUCPR, a cooperativa agrícola Cocari passou a utilizar ferramentas tecnológicas oferecidas pela Bart Digital para digitalizar etapas do financiamento agrícola. Com isso, a cooperativa passou a viabilizar registros de maneira eletrônica nos cartórios brasileiros, dispensando a necessidade de deslocamentos até o balcão e acelerando o processo – ou seja, facilitando o dia a dia dos cooperados.

Aprofundando seus conhecimentos em inovação aberta

A inovação aberta pode ser absorvida por diferentes tipos de empresas e segmentos. E com a ajuda da HOTMILK Academy PUCPR sua empresa pode entender todos os aspectos dessa metodologia de forma aprofundada. Conheça nossas soluções para formação de times para inovação, clique aqui.

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